Praticar Yoga é uma forma de auto-conhecimento e de desenvolvimento pessoal. O Yoga pode representar uma forma de crescimento, um caminho de aprofundamento da nossa capacidade de espreitar para dentro de nós mesmos, numa busca constante e intensa da nossa verdadeira identidade.
Mais do que uma ginástica eficaz para nos mantermos em forma, para além de cuidar do corpo, o Yoga é uma forma de cuidarmos da mente, de a mantermos num estado de tranquilidade e bem-estar. Mas mais do que permitir a vivência de um estado de equilíbrio entre o corpo e a mente, o Yoga, é uma prática que, com o tempo, nos permite vivenciar estados cada vez mais subtis, profundos e, ao mesmo tempo, mais abrangentes. Estados que nos permitem mergulhar cada vez mais fundo numa viagem de descoberta de nós e do mundo.
Só muito recentemente a Psicologia se começou a preocupar com aquilo que nos faz felizes. Inicialmente, e até há pouco mais de uma década atrás, a Psicologia estudava prioritariamente a doença, preocupando-se em desenvolver teorias e intervenções que nos permitissem não só uma melhor compreensão de todo o processo de desenvolvimento da doença mental, mas também da melhor forma de intervir junto desta. Assim, toda a história da Psicologia se fez pela negativa. Pelo estudo dos fenómenos patológicos. Mas, recentemente, surgiu um novo ramo de estudo: a Psicologia Positiva. Esta ocupa-se sobretudo do estudo daquilo que nos faz felizes. Daquilo que nos faz crescer e ser melhores enquanto seres humanos. E também das ferramentas que permitem a algumas pessoas encontrar forças para serem felizes, mesmo em circunstâncias que seriam destrutivas para um outro indivíduo.
O Yoga pode ser estudado pela Psicologia Positiva como uma dessas ferramentas já que, através da sua prática, é possível de facto melhorar e fortalecer a nossa capacidade de sermos felizes. Praticando Yoga com regularidade descobrimos, como já várias investigações comprovaram, que é possível ser-se mais feliz, mais saudável e realizado.
As razões porque isto acontece levar-nos-iam a uma longa discussão e não são ainda consensuais entre os investigadores. Não só porque esta é uma área que tem ainda muito por explorar, mas também porque é bastante complexa e abrangente e a própria Psicologia é ainda uma ciência recente e cujos modelos de desenvolvimento não conseguem ainda (provavelmente não conseguirão tão cedo) explicar toda a complexidade daquilo que representa ser-se humano.
Mas se a ligação do Yoga à Psicologia Positiva se faz desta forma, salientando o seu vasto potencial como método de desenvolvimento humano, também é fácil fazer a ligação à Psicologia Terapêutica, salientando o potencial que muitas das suas técnicas têm para o tratamento de várias perturbações psicológicas e não só.
Na Índia, país de origem do Yoga, este sempre foi visto como uma ferramenta de desenvolvimento espiritual mas também como um método terapêutico por excelência.
Ao nível psicológico o Yoga tem tido efeitos comprovados principalmente ao nível das perturbações da ansiedade e da depressão, mas o seu potencial, a grande variedade das suas técnicas e a forma como se direccionam os seus efeitos para o corpo e para a mente de uma forma holística e integrada, permitem-nos afirmar que terá, sem dúvida, como também o comprova o trabalho de muitos Yogaterapeutas (principalmente na Ìndia e nos E.U.A.) que terá benefícios também para outras perturbações.
Para além destes aspectos a prática de Yoga pode ainda também enquadrar-se no campo de estudo da Psicologia Transpessoal, já que, de facto, o yoga nos permite entrar em contacto com o que existe para lá da persona - palavra que, em grego, significa máscara, que designava a personagem que os actores gregos interpretavam em palco e que está na origem do termo personalidade. Assim, o Yoga, do ponto de vista da Psicologia Transpessoal, pode também ser enquadrado como um método de auto-transcendência, de evolução para além do ego e dos estados comuns da vigília.
1 comentário:
Estava pesquisando...e achei seu artigo. Muito bom !! Parabéns !!Namastê !
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